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sábado, 1 de fevereiro de 2020

Mais de 450 mil bolivianos perderam assistência médica depois da expulsão dos médicos cubanos

O que aconteceu na Bolívia sem os médicos cubanos?
Médica cubana atendendo na Bolívia | Foto: Cuba Sí
Do Granma 

Uma campanha intensa e prejudicial contra a colaboração médica que Cuba oferece ao mundo caracterizou a estratégia imperial dos Estados Unidos implementada em 2019 e que encontrou governos submissos que preferiam deixar seu povo sem assistência médica, a fim de acompanhar o jogo da Casa Branca.

Um exemplo são as recentes declarações da autoproclamada presidenta da Bolívia, Jeanine Áñez, que em 22 de janeiro, em comemoração à fundação do Estado Plurinacional, voltou a usar os argumentos repetidos contra o altruísmo dos profissionais de saúde cubanos.

Em resposta a essas falácias, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, em sua conta no Twitter, descreveu as mentiras da presidenta do golpe como vulgares e instou-a a explicar ao seu próprio povo que, após o retorno a Cuba dos colaboradores, como resultado da violência a que foram submetidos, mais de 454.440 atendimentos médicos foram interrompidos.

Bruno também disse que os dois meses de ausência de médicos cubanos naquele país andino-amazônico se traduzem em quase mil mulheres que não tiveram assistência especializada em seus partos, além de 5.000 intervenções cirúrgicas e mais de 2.700 cirurgias oftalmológicas, que não foram executadas. “Eles não são apenas números, são seres humanos”, escreveu o chefe da diplomacia cubana.

O desmantelamento dos programas apoiados pela cooperação médica cubana é financiado em mais de três milhões de dólares, concedidos pela Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), uma instituição dos EUA que financia fundos para diferentes ações agressivas contra governos que não agradam Washington

As brigadas médicas cubanas no Brasil, Equador e Bolívia desapareceram como resultado de toda essa perseguição aos Estados Unidos, que questiona o profissionalismo e a entrega dos mais de 400.000 profissionais de saúde cubanos que, em 56 anos, completaram missões em 164 nações.

Essa campanha de descrédito contra Cuba é dirigida pelo Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, sob o patrocínio de senadores e congressistas associados à máfia anticubana da Flórida e a funcionários da direita do Departamento de Estado.

Eles inventam a premissa de uma suposta “escravidão moderna” e “tráfico de seres humano”» para médicos cubanos e ocultam o senso humanístico de tais missões no exterior, que ajudaram a recuperar as taxas de saúde, como a diminuição da mortalidade infantil e mortes maternas; a cura de doenças infecciosas por epidemias e outras.

Eles não sabem que os médicos cubanos antes de partir recebem uma preparação sobre o local onde vão trabalhar, assinam um contrato de trabalho com todas as garantias legais e onde são explicados os termos a serem cumpridos por ambas as partes, carregam um histórico médico com a atualização de vacinas, além da legalização de seus títulos profissionais.

Até vários países tomam como condição a realização de exames de conhecimento desses profissionais, e as autoridades médicas desses países viajam para Cuba para aplicar testes em outros idiomas que não o espanhol.

Quem sai para completar missões médicas o faz absolutamente livre e voluntariamente. Em Cuba, suas famílias recebem seu salário integralmente ou ele é armazenado em uma conta bancária, enquanto recebem uma bolsa no país de destino, além de outros benefícios (pagamento de acomodação, eletricidade, água e serviços básicos).

A compensação que Cuba recebe pela cooperação prestada vai para o financiamento, sustentabilidade e desenvolvimento do sistema público de saúde, gratuito para 100% dos cubanos, algo difícil de entender no mundo capitalista, onde boa parte dos serviços da saúde é pago.

Todo o descrédito promovido por Washington é acompanhado de tentativas de restaurar o chamado Programa Parole para Profissionais Médicos Cubanos, existente até 12 de janeiro de 2017. Isso leva à deserção, pagamento de passagens e serviços jurídicos, fornecimento de vistos nos EUA e documentos de viagem para cooperadores em países terceiros, com o objetivo de sabotar os acordos bilaterais firmados com eles, privando-os de seus serviços e privando-nos de recursos humanos altamente qualificados.

Hoje, a resposta a esta nova guerra que estamos enfrentando foi continuar salvando vidas, buscando saúde e bem-estar. Embora os governos denigram as histórias do internacionalismo cubano, os beneficiários agradecem e reconhecem que essa conquista transcende completamente os interesses geopolíticos e qualquer ideologia.

Cronologia

– Novembro de 2018:

Cuba decide trazer de volta para casa sua brigada no Brasil, porque o presidente Jair Bolsonaro questionou a dignidade e o profissionalismo de nossos médicos presentes em 3.600 municípios naquele país, que entre 2013 e 2018 forneceram cobertura de saúde a 60 milhões de brasileiros.

– Maio de 2019:

O secretário-geral da OEA presidiu uma conferência para acusar Cuba de supostos crimes contra a humanidade, com base na cooperação médica cubana no exterior.

– Junho de 2019:

O Departamento de Estado, em seu Relatório sobre o tráfico de pessoas 2019, denegriu a cooperação médica internacional de Cuba.

– Julho de 2019:

EUA impõe sanções de restrição de vistos a funcionários cubanos vinculados a missões médicas.

– Julho de 2019:

A Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) fornece três milhões de dólares para projetos contra médicos cubanos no exterior.

– Em 2019:

Autoridades e embaixadas dos EUA foram às autoridades de vários países para obter dados precisos da cooperação médica cubana, com o objetivo de encontrar uma maneira de eliminá-la.

– Outubro de 2019:

O governo do Equador decide encerrar o acordo de saúde com Cuba, citando razões econômicas, mas divulgando na imprensa sobre a participação dos cubanos nos protestos que o povo equatoriano realizou.

– Novembro de 2019:

Houve 26 incidentes graves contra nossos cooperadores na Bolívia, que encerram a missão médica naquele país.

– Ao longo do ano de 2019:

27 instrumentos jurídicos bilaterais com 23 países foram assinados em Cuba.

Texto baseado na Declaração do Minrex-Cuba: "Cruzada dos Estados Unidos contra a cooperação médica internacional de Cuba, 5 de dezembro de 2019", e "Continuar promovendo a saúde cubana como referência para o mundo", relatório do Minsap de 2019.

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