Crédito: Célio Martins |
As medidas econômicas implantadas em Cuba nos últimos dois anos
provocaram uma mudança radical na vida de muitos cubanos. Hoje é
possível vender e comprar casas e carros, abrir pequenos negócios e
trabalhar para o setor privado. O realinhamento, como batizou o governo,
reaqueceu a economia, mas trouxe um dilema à maioria da população, que
tem o setor estatal como principal empregador [82%] e teme perder seus
benefícios sociais.
Veja mais fotos do comércio em Havana.
O governo implantou uma segunda moeda, o peso conversível [sigla CUC], para mediar os negócios privados e internacionais. Um CUC equivale a US$ 1, ou 25 pesos cubanos, a moeda antiga, usada para o pagamento dos salários de todos os empregados do setor estatal.
O governo implantou uma segunda moeda, o peso conversível [sigla CUC], para mediar os negócios privados e internacionais. Um CUC equivale a US$ 1, ou 25 pesos cubanos, a moeda antiga, usada para o pagamento dos salários de todos os empregados do setor estatal.
Os pequenos
negócios, como restaurantes, cafeterias, salões de beleza e lojas de
roupas pipocam em cada rua de Havana e outras cidades; há formação de
novas cooperativas e o mercado de venda de imóveis e carros – até pela
internet – anda aquecido.
A esse cenário de abertura econômica se
contrapõe o surgimento das disparidades sociais, antes duramente
combatidas pelo regime comunista. Para quem entrou para o setor estatal e
está conseguindo sucesso, os ganhos são incomparáveis com os da maioria
da população.
O salário médio de Cuba não passa de R$ 50. Um
médico ganha, em média, R$ 60 por mês e um trabalhador braçal, como
pintor de parede e pedreiro, recebe pouco mais de R$ 30. Em compensação,
quem está no setor não estatal, como taxistas que atendem turistas,
chegam a ganhar líquido R$ 40 por dia. Mas nem todos estão comemorando.
Rafaela
Duarte e seu sobrinho Damian Duarte são exemplo desse novo setor da
economia. Eles abriram uma lanchonete, onde vendem suco, pizza,
espaguete e sanduíche. Faturam 500 pesos [R$ 40] por dia e gastam 200
pesos [R$ 17] diários em aluguel e taxas para o governo.
“Tivemos de comprar equipamentos e precisamos vender mais para pagar”, reclama Rafaela.
Para
compensar os salários socializados no setor estatal, o governo mantém a
mundialmente conhecida “libreta”, com a qual cada família pode retirar
dos centros de abastecimento do Estado uma cota de alimentos, gás e
produtos de higiene. Também há subsídio para água, energia elétrica,
transporte público, esportes, lazer e cultura.
Colapso
A
queda da União Soviética nos anos 80 levou a economia cubana ao colapso.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu mais de um terço [35,8%] em apenas
três anos.
Na última década, a aproximação com Venezuela, China,
Brasil e outros países latino-americanos ajudou na recuperação. O
Produto Interno Bruto (PIB) da ilha cresceu 3,1% em 2012. Mas os
problemas são gigantescos. Baixa produtividade, maquinários obsoletos e
falta de financiamento externo são alguns deles.
Veja a comparação da economia de Cuba com outros países:
Nenhum comentário:
Postar um comentário