Vermelhas serão as rosas em que tuas cinzas nascem*.
O dia 5 de março, quando o comandante Hugo Chávez se despediu de todos nós, ficará para a história mundial como uma data a ser lembrada por todos os povos, em especial da América Latina. Em nosso continente, Chávez foi o principal dirigente de uma revolução socialista, ainda em curso, que o imperialismo se esforça tanto em aniquilar. O comandante é parte de um enorme movimento popular em seu país, que há muitas décadas busca construir uma sociedade de novo tipo, uma sociedade socialista. Sua importância como liderança política não se restringe à um país localizado entre o Norte da América do Sul e o Mar do Caribe, mas se estende pelas terras latino-americanas e se espalha de Leste à Oeste e de Norte à Sul do nosso planeta.
Hugo Chávez deixa um enorme legado ao povo venezuelano, ao implementar programas e políticas sociais que a grande maioria dos trabalhadores venezuelanos jamais teriam acesso se a revolução bolivariana não irrompesse. Através de programas sociais, como as chamadas "misiones", a revolução fez chegar aos mais pobres educação, com a erradicação do analfabetismo, saúde, principalmente com convênios com Cuba, alimentação, com o fim da carestia, e moradia popular. Na economia, vinha promovendo a estatização de diversas empresas estratégicas, nacionais e estrangeiras, na área de energia e produção, além de criar outras empresas públicas e estatais.
Chávez se transformou no protagonista da construção do socialismo na Venezuela, resgastando os clássicos do marxismo e do socialismo científico e incorporando características locais, com as contribuições dos líderes latino-americanos, em especial Simón Bolívar e José Martí.
Hugo Chávez teve o mérito de unificar as diversas correntes da esquerda revolucionária venezuelana, construindo um processo de aprofundamento da formação política das lideranças e da população e, por outro lado, agindo com unidade de ação nos momentos de divergências pontuais.
Chávez também deixa um legado importante para a América Latina, na medida em que conseguiu unificar e dar um novo horizonte à esquerda revolucionária, deixando suas ideias na memória do povo latino-americano ao lado de líderes como Che Guevera, Salvador Allende, Emiliano Zapata, entre outros.
Chávez fez da integração latino-americana e caribenha o núcleo de sua política internacional. Foi ator principal na derrubada da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), iniciativa dos EUA para ampliar sua hegemonia. O governo foi propulsor de três grandes iniciativas na América Latina, a criação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Carirbenhos), promovendo a integração solidária e soberana entre os povos, com foco na autodeterminação de cada país.
Mesmo no comércio entre os países vizinhos, a relação foi baseada no intercâmbio com base nas necessidades e possibilidades de cada país. Através da Unasul, Chávez promovia a criação do Banco do Sul e do Sucre (Sistema Único de Compensação Regional de Pagamentos), uma espécie de moeda para o comércio entre os países da Alba, que abre caminho no mundo econômico e financeiro regional.
A unidade política, econômica e ideológica com Cuba, certamente, foi uma das políticas de integração mais destacadas de seu governo com outro povo irmão latino-americano, rompendo o criminoso bloqueio econônomico imposto pelos Estados Unidos. A Venezuela hoje é o principal parceiro de Cuba em todos os aspectos. Da mesma forma, Cuba é a o principal parceiro da Venezuela. É uma inspiração à todos governos progressistas de nosso continente.
Na comunicação, Chávez se tornou uma referência para as lideranças populares, desmontando os monopólios de empresas de comunicação de seu país, que agiam mais como partido político dos capitalistas do que como empresa de comunicação, e incentivando o surgimento de meios de comunicação públicos, estatais e comunitários. A criação da TeleSur, uma empresa multi-estatal de comunicação entre países progressistas, é um marco na comunicação social das últimas décadas na América Latina.
Ao mundo, Chávez também deixa como herança a luta antiimperialista, na qual a revolução bolivariana sempre se destacou, ao denunciar as agressões imperialistas tanto bélicas como econônicas. O comandante construiu novas pontes com países diversos de todos os continentes, reeditando o movimento dos países não alinhados. Na última reunião de cúpula dos chefes de Estado desse movimento, em Havana (Cuba), os governos de Hugo Chávez e Evo Morales (Bolívia) receberam respaldo e tiveram papel de destaque.
Hugo Chávez não é um produto de marketing, mas resultado de um processo revolucionário, que poderá perdurar na Venezuela, mantendo-se a unidade dos revolucionários venezuelanos, e sem intervenção imperialista. Esse é o desejo da Associação Cultural José Martí de Santa Catarina: que o povo venezuelano possa continuar construindo, com soberania e autodeterminação, a revolução socialista. Vamos continuar solidários aos trabalhadores venezuelanos e a disposição para qualquer necessidade, rechaçando qualquer tentativa de intervenção e desestabilização imperialista contra a soberania popular.
Ao lado do libertador Simón Bolívar, Hugo Chávez continuará vivo na memória coletiva dos povos da América Latina e do mundo. Continuará despertando os sentimentos mais nobres e iluminando os ideais de cada revolucionário.
Viva Hugo Chávez hoje e sempre!
Viva a Revolução Bolivariana!
Associação Cultural José Martí de Santa Catarina
*Un canto para Bolívar
PADRE nuestro que estás en la tierra, en el agua, en el aire
de toda nuestra extensa latitud silenciosa,todo lleva tu nombre, padre, en nuestra morada:tu apellido la caña levanta a la dulzura,el estaño bolívar tiene un fulgor bolívar,el pájaro bolívar sobre el volcán bolívar,la patata, el salitre, las sombras especiales,las corrientes, las vetas de fosfórica piedra,todo lo nuestro viene de tu vida apagada,tu herencia fueron ríos, llanuras, campanarios,tu herencia es el pan nuestro de cada día, padre.
Tu pequeño cadáver de capitán valiente
ha extendido en lo inmenso su metálica forma,de pronto salen dedos tuyos entre la nievey el austral pescador saca a la luz de prontotu sonrisa, tu voz palpitando en las redes.
De qué color la rosa que junto a tu alma alcemos?
Roja será la rosa que recuerde tu paso.Cómo serán las manos que toquen tu ceniza?Rojas serán las manos que en tu ceniza nacen.Y cómo es la semilla de tu corazón muerto?Es roja la semilla de tu corazón vivo.
Por eso es hoy la ronda de manos junto a ti.
Junto a mi mano hay otra y hay otra junto a ella,y otra más, hasta el fondo del continente oscuro.Y otra mano que tú no conociste entoncesviene también, Bolívar, a estrechar a la tuya:de Teruel, de Madrid, del Jarama, del Ebro,de la cárcel, del aire, de los muertos de Españallega esta mano roja que es hija de la tuya.
Capitán, combatiente, donde una boca
grita libertad, donde un oído escucha,donde un soldado rojo rompe una frente parda,donde un laurel de libres brota, donde una nuevabandera se adorna con la sangre de nuestra insigne aurora,Bolívar, capitán, se divisa tu rostro.Otra vez entre pólvora y humo tu espada está naciendo.Otra vez tu bandera con sangre se ha bordado.Los malvados atacan tu semilla de nuevo,clavado en otra cruz está el hijo del hombre.
Pero hacia la esperanza nos conduce tu sombra,
el laurel y la luz de tu ejército rojoa través de la noche de América con tu mirada mira.Tus ojos que vigilan más allá de los mares,más allá de los pueblos oprimidos y heridos,más allá de las negras ciudades incendiadas,tu voz nace de nuevo, tu mano otra vez nace:tu ejército defiende las banderas sagradas:la Libertad sacude las campanas sangrientas,y un sonido terrible de dolores precedela aurora enrojecida por la sangre del hombre.Libertador, un mundo de paz nació en tus brazos.La paz, el pan, el trigo de tu sangre nacieron,de nuestra joven sangre venida de tu sangresaldrán paz, pan y trigo para el mundo que haremos.
Yo conocí a Bolívar una mañana larga,
en Madrid, en la boca del Quinto Regimiento,Padre, le dije, eres o no eres o quién eres?Y mirando el Cuartel de la Montaña, dijo:"Despierto cada cien años cuando despierta el pueblo".
Pablo Neruda.
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