O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra encabeça uma campanha de arrecadação de recursos para a compra e o envio de medicamentos ao sistema público de saúde de Cuba (veja aqui). A mobilização ocorre em meio a uma escassez que atinge cerca de 70% da lista básica de remédios disponíveis no país e aponta o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos como fator central para o agravamento da situação.
Segundo o movimento, a falta de medicamentos compromete tratamentos de uso contínuo e afeta principalmente crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e câncer.
A campanha prevê a compra de remédios definidos como prioritários pelo Ministério da Saúde cubano, com envio organizado em diálogo direto com instituições do país, de forma a atender hospitais e unidades de atendimento com maior carência.
As dificuldades enfrentadas pelo sistema de saúde cubano estão ligadas a uma política adotada no início da década de 1960, mantida por sucessivos governos dos EUA. O bloqueio limita o acesso de Cuba a fornecedores, instituições financeiras e cadeias logísticas internacionais. Apenas entre 2024 e 2025, os prejuízos associados a essas restrições ultrapassaram 7 bilhões de dólares, afetando áreas como saúde, energia e alimentação.
Embora a legislação dos Estados Unidos preveja exceções para a venda de produtos humanitários, como medicamentos, essas operações encontram entraves frequentes. Empresas e bancos evitam transações com a ilha por receio de sanções financeiras, o que dificulta a importação de insumos médicos. A permanência de Cuba na lista estadunidense de países "patrocinadores do terrorismo" amplia esse isolamento e restringe ainda mais operações comerciais e bancárias.
O cenário contrasta com a trajetória do sistema de saúde cubano, estruturado como política pública universal desde 1959. Mesmo sob restrições prolongadas, o país manteve uma ampla rede de atenção básica e indicadores sanitários elevados, além de atuação internacional no envio de profissionais de saúde a regiões atingidas por crises humanitárias.
A campanha não tem prazo definido para encerramento. O MST afirma que a mobilização seguirá enquanto persistirem os efeitos do bloqueio sobre a população cubana. Além da arrecadação de recursos, a iniciativa busca manter o tema em debate no Brasil e reforçar a defesa do direito à saúde, da soberania nacional e da cooperação entre os povos da América Latina.
A campanha aceita doações de qualquer valor, que serão destinadas à compra de medicamentos para o sistema público de saúde cubano. A participação pode ser individual ou coletiva e integra um esforço de solidariedade internacional voltado ao atendimento de necessidades imediatas da população. As contribuições podem ser feitas pelos seguintes canais:
Beneficiário:
Instituto Nacional para o Desenvolvimento Social e Cultural do Campo
Pix CNPJ:
11.586.301/0001-65
Dados bancários:
Agência: 1231
Operação: 1292
Conta corrente: 000577559399-1

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