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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fidel Castro: Por esta liberdade será necessário dar tudo


O Primeiro de maio, ainda com a impressão do desfile, das cores da nossa bandeira que é hoje símbolo de solidariedade perante os olhos do mundo, e das faces jovens, inteligentes e entusiastas de nossos estudantes que fecharam o desfile de aquele rio  transbordado, faziam com que eu lembrasse às palavras do poeta, tantas vezes repetidas aquele dia.

"Por esta liberdade será necessário dar tudo!"

Sentia desejos de saber mais sobre  a vida de Fayad Jamís. Apenas duas horas após ter sido publicada aquela Reflexão do Dia Internacional dos Trabalhadores, comecei a ler alguns materiais. A primeira coisa que vi, assim, por acaso, foi uma mensagem de nossa querida amiga Stella Calloni. Através dela soubemos detalhadamente as conspirações, os horríveis crimes cometidos pelos governos dos Estados Unidos da América como  promotores e aliados das tiranias mais sangrentas que tenham conhecido os povos deste continente.  Mas neste caso concreto era para falar-nos de Fayad Jamís, autor do poema, e nos transmitir impressões sobre realidades  às vezes amargas, sim que nada,  apesar disso, possa  frear seu entusiasmo.

Transmito as palavras textuais da mensagem que tive a honra de receber aquela noite do Primeiro de Maio.

“Querido Comandante":   

“Emocionou-me muito que o Senhor citasse Fayad,  a quem conheci no México e quem me uniu uma bonita amizade e camaradagem. Ele era amigo de todos os exilados. Um grande poeta, pintor, um artista com grande amor por sua terra. Na altura era Adido Cultural. Maravilhoso em tudo quanto fazia. Inclusive lhe escrevi um pequeno poema. Mas o que achei formoso foi que resgatara isso de 'dar tudo' porque hoje é tão necessário repeti-lo, quando nos invade à que eu chamo 'atração fatal' da incultura neoliberal que tem prosperado bastante. É patético o pósmodernismo do subdesenvolvimento, que tanto dano tem feito e tantos individualismos ajudou a justificar".   

"Aquele  eu, eu, eu antes do que o nós, tentando sempre de ganhar ao outro, é algo muito distante daquele dar tudo. E tem avançado como uma pandemia que devasta tudo ao seu passo, velhas amizades e lealdades, caminhos percorridos  juntos. Para fazê-lo melhor também se recorre ao cinismo do deboche para aqueles que mantêm seus princípios, sua a fé na humanidade, no homem, na justiça, a dignidade".

“Cuba tem sido um exemplo de dar tudo, até mesmo a aqueles que não puderam ver isto como a atitude mais revolucionária da revolução- vale a reiteração-, que é a solidariedade permanente, como uma manta que abriga aos outros”.

"Parece-me que estes são tempos para recuperar a magia e a poesia, porque as revoluções são feitas com tudo isso. De não ser por tudo isso, diga-me como vocês teriam embarcado no Granma, por exemplo. Como teria feito Cuba para resistir e defender-se e ao mesmo tempo criar cultura, educação, balé, tudo aquilo que foi nascendo nas brasas de uma verdadeira Revolução. Até agora, quando vemos aqueles velhos  documentários dos meninos e meninas  que iam a alfabetizar aos campos e montanhas, era e é esse ‘dar tudo’, porque com esse espírito iam e com esse espírito vão".   

“Vivi isso na alfabetização na Nicarágua ou na Bolívia, recentemente quando, emocionada até com  lágrimas, lá estive aquele dia em que aquele país foi declarado livre de analfabetismo (e neste caso também nas línguas nacionais)”. Quem faz isso se não tiver o espírito de dar tudo?" 

“E os exemplos são tantos, mas às vezes, como eles não são vistos conjuntamente, não se vêm”.

São noticias isoladas e frias. Em um bairro na Venezuela vi os médicos cubanos e uma mulher que vinha com suas crianças para vaciná-los, e me disse 'é que eles dão tudo aqui'. E o que dizer dos Cinco. Deram tudo para cuidar a pátria deles. O resto é pequeno, passageiro, sem raiz".    

“Um dia eu disse que, além  disso, entre  todos temos que escrever a história da solidariedade, porque nesse dia repararemos que o inimigo que aparece tão grande, tão imenso, é só uma concha vazia”. Esses que sabem o que é 'dar tudo' são invencíveis, porque continuam e continuam dando através dos tempos, iluminando como o amado CHE".    

"Um abraço imenso e obrigado porque vocês continuam dando tudo”.

"Stella."

Belas Palavras as de Stella para os que desejarem conhecer a verdadeira história da nossa época, que jamais  poderá apagar-se tão simplesmente!

4 de maio de 2009. 

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