terça-feira, 27 de setembro de 2016

OMS, Brasil e Cuba oficializam em Washington renovação do programa Mais Médicos

Para a diretora regional da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Carissa Etienne, o programa Mais Médicos contribuiu para “assegurar que a população brasileira tivesse acesso a uma atenção básica de saúde de qualidade”, sendo um importante exemplo de parceria internacional bem-sucedida.

A OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde do Brasil e de Cuba oficializaram na segunda-feira (26/09) a renovação por mais três anos do programa Mais Médicos. A assinatura de um termo de ajuste com o Brasil e de um convênio de cooperação com Cuba foi feita no marco do 55º Conselho Diretor da OPAS, em Washington, nos Estados Unidos.

De acordo com a diretora regional da OPAS/OMS, Carissa Etienne, o Mais Médicos é um grande exemplo de parceria internacional bem-sucedida. “Não surpreende que o programa tenha despertado o interesse de outros países da região”, disse.

Ela também agradeceu Brasil e Cuba pela oportunidade que significou para a OPAS de “servi-los no processo” que tornou possível a existência do programa. Para Carissa, a iniciativa contribuiu para “assegurar que a população brasileira tivesse acesso a uma atenção básica de saúde de qualidade”.

O representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina, disse estar satisfeito com os resultados da iniciativa, que tem levado assistência a milhões de brasileiros. “A renovação do programa Mais Médicos depois de seus primeiros três anos significa o reconhecimento do importante valor e o saldo que o projeto deixou tanto para a cooperação cubana quanto para o sistema de saúde no Brasil. É um projeto de grandes proporções, com 11,4 mil médicos mobilizados pela OPAS/OMS”.


Já o vice-ministro de Saúde Pública de Cuba, José Angel Portal Miranda, ressaltou que o programa “mostra o valor da cooperação na melhoria da saúde da população”, enquanto o secretário-executivo do Ministério da Saúde do Brasil, Antonio Carlos Figueiredo Nardi, disse que a iniciativa “é uma parceria extraordinária que muda vidas”.

Nardi também destacou o “enorme impacto” do programa, que, segundo ele, aumentou o número de consultas e reduziu consideravelmente a necessidade de pessoas se deslocarem até um hospital para receberem cuidados em sua comunidade.

Criado em 2013 pelo governo federal brasileiro com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades, o Mais Médicos recebeu a colaboração da representação da OPAS/OMS no Brasil, que mobilizou médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país. Com o programa, foi possível preencher 18.240 vagas em 4.058 municípios brasileiros e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Dessas, 11.429 foram ocupadas pelos profissionais cubanos.

Os médicos de Cuba atuam na área de atenção básica, atendendo pessoas com diabetes, hipertensão e hanseníase, entre outras doenças, além de promoverem ações educativas e realizarem consultas de pré-natal. Eles também estão entre os profissionais que trabalham na prevenção e diagnóstico do vírus zika e no acompanhamento de crianças com microcefalia.

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) — com aproximadamente 14 mil entrevistas — apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa.

Do total de entrevistados, 81% possuem baixa renda e 95% afirmaram estar satisfeitos com o programa. De 0 a 10, deram nota 8,4. Entre os indígenas, a média foi de 8,7.

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