quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Lançada a Frente Parlamentar em Solidariedade ao Povo Cubano no Rio Grande do Sul

Frente Parlamentar em reunião e apresentação da carta na quarta-feira.
Por Juarez Junior/Agência ALRS
Do site da ALRS

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul instalou, no início da tarde da última quarta-feira (26), a Frente Parlamentar em Solidariedade ao Povo Cubano, que será presidida pelo deputado Juliano Roso (PCdoB). Em seu pronunciamento, Roso destacou a história e as contribuições de Cuba, especialmente nas áreas de saúde e educação, e disse que a principal luta da frente será pela derrubada do bloqueio econômico feito ao país. “A partir das relações de amizade que se restabeleceram com a abertura das embaixadas dos Estados Unidos em Cuba, nós devemos nos centrar nessa questão”, disse. O requerimento de criação da frente foi subscrito por 25 parlamentares.

Conforme Roso, a solidariedade ao povo cubano é uma necessidade civilizatória daqueles que defendem a liberdade e o direito à autodeterminação dos povos. “Cuba, embora um pequena ilha, através de seu povo, nos fornece importantes ensinamentos de como resistir ao modelo capitalista mundial”, afirmou. “Traz a esperança dos povos na luta pelo socialismo”. Segundo ele, são inúmeros os legados do povo cubano, tais como a erradicação do analfabetismo e a excelência em saúde. “Cuba é a primeira nação a eliminar a transmissão de HIV de mãe para filho”, lembrou o parlamentar.

O deputado Valdeci Oliveira (PT) parabenizou a iniciativa do deputado Juliano Roso, que dá continuidade, conforme registrou, ao trabalho do ex-deputado Raul Carrion (PCdoB). Presente à cerimônia, Carrion lembrou o movimento pela libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos por acusação de espionagem. Um deles foi solto em 2011 e os demais em 2014. Uma simulação do julgamento por que passaram em 2011, nos Estados Unidos, foi realizada em Porto Alegre envolvendo juristas gaúchos, a Defensoria Pública, a Promotoria e o Executivo estadual. “É chegada a hora de um julgamento sobre o bloqueio”, sugeriu Carrion.

O presidente da Associação Cultural José Martí, Ricardo Arend Haesbaert, fez a leitura de uma carta pedindo o desbloqueio econômico que será encaminhada ao Congresso dos Estados Unidos, em Washington, entre os dias 16 e 18 de setembro, quando se realiza evento sobre o tema. Os parlamentares presentes - Valdeci Oliveira (PT), Juliano Roso (PCdoB) e Altemir Tortelli (PT) - assinaram o documento, o que também será proposto aos demais parlamentares da Casa.

Diz a carta:

Aos membros do Congresso dos Estados Unidos

Em 17 de setembro de 2014, o presidente Obama reconheceu que mais de 50 anos da política estadunidense dirigida a Cuba havia falhado e precisava ser mudada. Em um intercâmbio de cartas entre os presidentes Raúl Castro e Barack Obama em 1º de julho de 2015 ambos indicaram que o que os inspirava era a intenção de desenvolver relações respeitosas de cooperação entre os povos e governos baseados nos princípios e objetivos da Carta das Nações Unidas, do Direito Internacional e da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e consulares.

O histórico passo da abertura das embaixadas em ambas as capitais em 20 de julho de 2015 foi um passo na direção correta. Neste dia, restabeleceram-se as relações diplomáticas depois de 54 anos e, enquanto os países da América Latina aplaudem estas mudanças, há muito a fazer antes que Cuba e Estados Unidos e os povos de ambos os países possam ter “relação respeitosa de colaboração”.

Para que ambas as nações tenham uma relação normal, o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, que tem causado grandes dificuldades ao povo cubano durante tantos anos deve ser eliminado.

O bloqueio também afeita o povo dos Estados Unidos. A eliminação do bloqueio oferece a oportunidade de intercâmbios culturais e acesso à nova tecnologia médica, como, por exemplo, o Heberprot P, um medicamento seguro e eficaz que reduz em 78% o risco de amputação causado pela diabete.

Nossa fervorosa esperança e desejo é que o Congresso dos Estados Unidos escute as vozes de seus constituintes, assim como também as dos povos da América Latina e do Caribe, e vote para eliminar o bloqueio logo que seja possível.

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