sexta-feira, 17 de junho de 2011

Legado de Hemingway é discutido em Cuba. EUA não permitem a participação de 14 especialistas estadunidenses!

Observação: não se trata de embargo e sim de bloqueio econômico.

Cuba: embargo prejudica resgate do legado de Hemingway

AFP

HAVANA, Cuba — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "não mudou muito" a política americana para Cuba, e o embargo entorpece o resgate do patrimônio de Ernest Hemingway, afirmou nesta quinta-feira, em Havana, Jenny Phillips, neta de Maxwell Perkins, editor do Nobel de Literatura.

"Durante os mandatos do presidente (Bill) Clinton parecia haver uma abertura; com (George W) Bush as coisas se tornaram muito difíceis, rígidas, inflexíveis. O presidente Obama não mudou muito as políticas", disse ela à imprensa.

Jenny e o marido Frank Phillips presidem a fundação americana "Finca Vigía" voltada para a colaboração com a restauração do patrimônio do escritor (casa, iate, livros, fotos, carros, manuscritos) resguardado na propriedade de mesmo nome, Finca Vigía -a 25 km de Havana-, a residência onde passou a maior parte dos quase 20 anos em Cuba, desde 1939.

Os dois participam do 13º colóquio internacional, de quatro dias, sobre a vida e a obra do escritor, do qual ficaram de fora 14 especialistas americanos, não autorizados pelo Departamento do Tesouro, segundo os organizadores.

"Muitos amigos tiveram sérias dificultades para chegar a Cuba", disse a presidente do Conselho Nacional de Patrimônio Cultural, Margarita Ruiz, na abertura do evento que, este ano, comemora os 50 anos de morte do escritor (1899-1961).

"É um reflexo da situação política", comentou Phillips.


A fundação administra recursos para restaurações, em Cuba, como parte de um acordo entre os dois governos de 2001, embora limitados pelas leis de embargo, vigentes desde 1962.

"Tudo o que possamos fazer está limitado, de qualquer forma, pelo embargo. Temos sido capazes de algumas realizações, apesar da situação política tão difícil. Uma das coisas que mais me alegra deste projeto é o fato de estarmos junto aos cubanos, acima de qualquer viés político", expressou Phillips.

O colóquio coincide este ano, também, com os 50 anos da entrega da propriedade de Finca Vigía ao Estado cubano, por parte da viúva de Hemingway, Mary Welsh, e os 85 anos da publicação de seu romance "Fiesta" (O Sol Nasce Sempre).

"Hemingway sempre pensava na morte, estava como que obcecado com o pensamento do suicídio.

Prometeu muitas vezes que não o faria, mas sempre esteve afetado pela morte do próprio pai desta forma e achava que, de alguma forma, estava predestinado a isso", disse Phillips.

Hemingway morreu vítima de um disparo de sua escopeta de caça. Algumas versões sustentam que foi suicídio e, outras, um acidente, enquanto limpava a arma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário